sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

No ônibus...

Outro dia, eu estava no ônibus, além daquele delicioso enjoo que sempre está presente - nesses minutos intermináveis - sentada no último banco, parecendo uma pipoca.
Fui surpreendida, me dei conta de que estava perdida- que novidade! - precisava perguntar para alguma pessoa, onde é que estávamos?!
Minhas opções se resumiam à: Uma moça bem nova, bonita e com ar de esnobe, ao meu lado. Na minha frente, uma senhora que parecia bem ocupada lendo - o que me admirou muito, não o fato dela ler e sim o fato dela ler no ônibus, mais especificamente na parte do fundo do ônibus- além de que não parecia saber precisamente aonde estava. Mais a frente um rapaz, que não parava de paquerar a moça do meu lado. E ao lado desse rapaz, um jovem senhor, muito moderno - ouvindo música, com cabelos longos e brancos- e um olhar distraído.
Dentre essas pessoas, arrisquei perguntar ao jovem senhor:
- Olá, o senhor sabe aonde estamos, e qual é o ponto final do ônibus?
Com uma expressão muito simpática, ele me respondeu, calmamente:
- Querida, estamos na Av. das Olivas, e o ponto final é logo na esquina.
Me sentindo uma tola, virei para ele e agradeci gentilmente, e ele na mesma hora, como um ato involuntário, se virou para mim e disse:
- Nossa, não vejo um sorriso há tempos. Sabe, atualmente é bem difícil encontrar alguém que consiga sorrir. As pessoas só pensam em tristezas e problemas, problemas, problemas. A vida já é tão cheia de tudo, que se as pessoas sorrisem o tudo ficaria bem mais fácil.
Antes que eu pudesse responder, a porta do ônibus se abriu e o jovem senhor desceu.

Naquele dia, me senti tão humana, que seria capaz de ligar para a primeira pessoa da "Lista Telefônica" para lhe desejar um bom dia.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

De: menina arteira. Para: menina beletrista


A única resposta que pude dar foi num simples desenho, que me fez relembrar várias cousas boas!
Essa é minha visão de mundo, do mundo tão mais colorido! E com números por toda parte, sustentando caricaturas e risos, muito deles!
Do coração, dos livros e da lembrança, pode deixar que cuidarei bem de todos eles!



De: menina beletrista. Para: menina arteira

"Linda e inacreditavelmente resistindo as loucuras veraneias não só do tempo como minhas também.
Nas minhas apostilas eu vi sua letra caprichada e mil caricaturas minhas,suas e de bonecos imaginários nos países europeus e nos números que eu nunca fui capaz de compreender.
Mal sabia eu que aquele bocado de desenhos fariam parte da menina arteira e que um dia a menina ainda faria parceria com uma paulista na ponta do grafite.
Ou ainda que dividíriamos datas que até então, eram tão pessoais.Ou ainda,eu que sou tão zelosa pelos meus livros, separaria uma sacola recheada deles pra você.
Essa flor cresceu de uma maneira tão cheia de vida que ultrapassou o vazo de barro, as minhas expectativas e conquistou um espaço em um lugar chamado coração."

Trecho de uma linda carta escrita por menina beletrista em formato de flor.